Para uma maior profissionalização, de acordo com ele, é preciso que todos saibam o que ocorre dentro do clube. Por Nuno Krause
Publicado no BNews
Candidato à presidência do Vitória pela Frente Vitória Popular, José Guerra quer reestruturar a transparência do clube e sanar as dívidas e os problemas financeiros com um orçamento conservador. Em entrevista ao programa BN Na Bola, da Rádio Salvador FM 92,3, nesta quarta-feira (31), o postulante destacou sua experiência no serviço público como incentivadora para concorrer ao cargo.
"Sou servidor público há cerca de 20 anos. O amor pelo Vitória me fez primeiro ser torcedor, depois ser sócio, vou completar 10 anos, mesmo tendo morado um tempo fora da Bahia, depois ser conselheiro e agora, com a Frente Vitória Popular, me colocar em um desafio maior. O clube está em uma situação que precisa de que quem ama o Vitória esteja com ele", afirmou.
Na visão de Guerra, o Leão não preza pela transparência há anos, e isso precisa ser mudado. Para uma maior profissionalização, de acordo com ele, é preciso que todos saibam o que ocorre dentro do clube.
"A questão que colocamos de profissionalização do clube em todos os setores e da transparência incondicional não depende do resultado do futebol. Isso está colocado em nosso plano de gestão. A bola vai entrar a partir do momento que o clube tenha uma gestão transparente, profissional e mais ligada com o que há de mais moderno no esporte. Tem que chegar ao Século XXI, ser gerido como uma empresa, que, mesmo na Série C, movimenta entre R$ 30 e R$ 40 milhões por ano, que se chegar à Série A vai movimentar mais de R$ 100 milhões", pontuou.
Para fazer isso, a Frente Vitória Popular propõe um orçamento conservador. Mesmo com o orçamento atual de Série C, José Guerra entende que o Vitória precisa primeiro se estruturar para poder almejar objetivos maiores.
"Hoje, vivemos correndo atrás do próprio rabo, pagando a dívida de hoje e gerando a dívida de amanhã. O Vitória, frente a outros clubes que estão pressionados, tem uma situação de dívida mais passível de ser tratada. Boa parte é de dívida trabalhista, tributária e previdenciária. Todas elas renegociadas. O que temos que fazer, e esse orçamento nosso sendo conservador, é parar essa roda. Por isso somos conservadores em nossas estimativas", avaliou.
Tendo em vista esse aspecto, a meta é gerar receita "de todas as formas possíveis". Isso passa, inclusive, por um processo de inclusão da sociedade baiana na vida do clube.
"O Vitória tem uma torcida que é a cara de Salvador. Nenhum clube, hoje, na Bahia, tem uma torcida que tem uma composição social e econômica tão parecida como o Vitória. O Vitória é a cara de Salvador, da Bahia. Uma cidade e um estado pobres. Precisamos atingir a todos os consumidores possíveis, do mais rico ao mais pobre. Precisamos abrir uma gama de produtos, não apenas ingressos populares. Ingresso popular, camisa popular, produtos licenciados populares. O Vitória tem que ser um time democrático, que tenha espaço para o camarote e para a geral. Com isso, podemos, via Cadastro Único, abrir um espaço de mil, duas mil, três mil cadeiras por um valor simbólico. Teremos estádio cheio, a população participando da vida do Vitória e, o mais importante, gerando receita", projetou.
Outro assunto comentado por ele foi a Sociedade Anônima do Futebol [SAF]. Na opinião de Guerra, a atual situação do Vitória não permite uma discussão sobre o modelo, mas isso pode acontecer no futuro.
"Não somos de cara contra a SAF, e não somos de cara a favor. Acreditamos que, dentro de um projeto de reestruturação financeira bem feita, com planejamento, lá na frente, esse debate vai ser colocado. Dentro da retomada para a Série A, chegaremos à encruzilhada se conseguiremos ter um crescimento orgânico de receitas ou se precisaremos de um parceiro. Mas isso será feito com o Vitória sanado, estruturado e modernizado", disse.
Por fim, falou também sobre as categorias de base, que estariam precisando de uma reformulação, e disse que o técnico João Burse "tem o DNA do Vitória", mas não prometeu uma permanência caso seja eleito.
"Temos que dar um choque de profissionalização na base, investir em formação de profissionais, fazer o Vitória voltar a ser uma referência, ter um investimento maciço, ter um diretor que seja um profissional da área. E temos também que integrar a base ao profissional. Ter, dentro das diretrizes do futebol profissional, que a base comece, desde cedo, a jogar no mesmo padrão que o profissional joga. Essa integração é necessária para não termos tantos talentos perdidos.
"Eu sou todo elogios a ele [Bruse]. Um treinador que tem o DNA do Vitória, representa muito do que tenho falado. É um profissional formado pelo Vitória, veio da base, e que tem inteligência para utilizar jogadores jovens. Não posso garantir nada, mas João Burse é um quadro que tem muito a cara do nosso projeto", complementou.
A entrevista completa você pode conferir pelo YouTube da Rádio Salvador FM, acessando o seguinte link:
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