A Frente Vitória Popular, integrante da Frente Nacional Pelo Futebol Popular, vem a público comunicar os problemas no PL do Clube-Empresa do deputado Pedro Paulo (DEM/RJ) à torcida do EC Vitória.
Apontamos 12 pontos que explicam as razões para que os torcedores se posicionem contra a aprovação do PL Nº 5.082/2016, de autoria do Otávio Leite/Domingos Sávio, mas que será substituído pelo texto proposto por Pedro Paulo/Rodrigo Maia.
1 - Pressa suspeita
O PL do clube-empresa ganhou o caráter de "urgente urgentíssimo" em votação na Câmara no dia 19/11. Aponta-se que Maia estaria atuando a favor dos interesses do Botafogo, que já possuiu projeto de transformação em empresa. Mas há outros interesses suspeitos.
2 - Falhas que geram riscos
Da parte do mercado, o projeto tem sido recebido com grande temor. Voltado para beneficiar casos específicos, ao mesmo tempo gera uma série de situações de grande risco para os clubes brasileiros: desde falências até interesses escusos.
3 - Desigualdade entre clubes
Como não pode obrigar clubes a virar empresa, o PL criou benefícios muito superiores para aqueles interessados e já prontos para isso. Diversos clubes associativos fizeram o dever de casa, arrumaram as contas, e serão punidos de forma indireta.
4 - Interferência política
O PL cria (mais um) refinanciamento de dívida. Só terá acesso aquele clube que virar empresa ATÉ DEZEMBRO DE 2020. Isso cria pressa para a conversão, interfere na dinâmica política interna dos clubes e incentiva projetos com pouco estudo e planejamento.
5 - Instabilidade no mercado
Ainda desse ponto de vista, o PL estabelece um "calote legalizado" aos credores dos clubes, acionando o Estado para que interfira nas negociações, reduzindo as dívidas no processo de recuperação judicial (que começa no 1º dia dessa empresa!) 6 - Dá para buscar investimentos sem vender o clube
No atual estágio dos debates, se estabeleceu que "clube-empresa" é a única saída. Não é verdade, muitos clubes estão atraindo investimentos com boa gestão e transparência. Passá-lo a um dono não é garantia de bons resultados.
7 - Consolidação das oligarquias
Com a pressa e os benefícios previstos com o PL do clube-empresa, o mais provável é que vejamos as velhas oligarquias dos clubes fazendo o que sempre quiseram: se apoderar das nossas instituições de vez. Mera consolidação, agora proprietário.
8 - É preciso #DemocraciaNosClubes
As imensas dívidas que os clubes possuem hoje foram criadas em ambientes anti-democráticos e sem fiscalização. Precisamos primeiro experimentar algo diferente: eleição direta, conselho deliberativo paritário e conselho fiscal independente
9 - Modelo de empresa não garante nada
Não faltam exemplos no Brasil e no mundo que provem que clube-empresa não é certeza de transparência, eficiência e boas práticas de gestão. Pelo contrário! Os resultados indicam exatamente a falta disso em larga escala.
10 - Dono de clube "cuida melhor"
Essa conversa também foi comum durante a aprovação das leis de clube-empresa em países como Chile, Portugal e Espanha. Hoje os clubes estão mais endividados que antes, e os torcedores não podem mais eleger um novo presidente.
11 - Interesses políticos alheios aos torcedores
Na verdade o que tem acontecido muito é gente mal intencionada se apropriando dos clubes. Muito pouco "negócio" e muito interesse político particular, usando clubes como trampolim para arregimentar "capital social". 12 - Dar lucro ou ganhar título?
Enquanto empresa, um time funciona pelo lucro, não pelo resultado em campo. Sendo uma propriedade, não há chance de mudança de gestão, exceto por interesse próprio. No futebol a mediocridade pode render uma grana, basta vender jogador.
Para maiores detalhes dos nossos posicionamentos sobre o tema, leia a nota lançada por grupos que compõe a Frente Nacional pelo Futebol Popular ainda em Agosto de 2019.
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